
Tudo bem que a maioria das pessoas ja viram esse filme. Hoje em dia, não se pode mais erguer a voz e dizer "o Cinema é o grande lugar para se divertir", pois, estamos em um mundo onde a cultura cyber domina, e tudo esta ao nosso alcance com um simples clique, ou simplesmente, podemos nos deslocar ao mercado mais proximo e adquirirmos as copias dos filmes produzidos no mundo todo. Não quero discutir sobra a pirataria ao qual o filme foi "vitima", porem estabelecer um paralelo entre o filme pirateado e a versão do diretor, que possui algumas diferenças minimas para o superdivulgado filme copiado.
O filme se centraliza na narrativa de uma personagem que vive um dilema, o capitão nascimento, que tenta desesperadamente encontrar um substituto para si no comando do BOPE, o batalhão de operações especiais. Pelo menos é o que num primeiro momento aparenta ser, porem, a medida do desenrolar da trama, percebemos que o protagonista toma uma forma mais uniforme, e passa a ser o proprio BOPE; o porque, eu explico agora.

Nas favelas do Rio de Janeiro, são necessários homens, que alem de ter força fisica e bom treinamento, precisam manter suas posturas eticas, uma coerencia com o ser humano, ou seja, no mundo da criminalidade, um policial não pode ser corrupto, conivente das situações. O diretor José padilha, tenta a todo o instante, nos passar a noção de como o BOPE é uma força munida de todos os preceitos, carregando consigo os deveres de proteger a sociedade civil, com toda sua moral. Tudo isto esta representado na figura do Cap. Nascimento. Ele, toda vez que sobe ao morro, leva junto o estigma do heroi; a mais perfeita face, poderiamos dizer, do anti-heroi, pois, nas favelas, não se pode temer o obrigação de matar, tem que se encarar como o seguro de sua propria vida. É nesse ponto que a aula de Matias, sobre o respeitado sociólogo Michel Foucault, toma forma como o ponto de elaboração das discussões mais centradas do filme, o que deixa as sub-tramas do filme com um elo nunca dantes visto no cinema brasileiro: é a partir dali que vemos desenhada a face real do filme, o que ele de fato trata alem de falar de violencia policial e corupção; é um filme que vai no cerne da ferida da sociedade brasileira, quiça mundial, mostrando as relações de poder que não podemos enfrentar, tendendo a sobrepujar os mais fracos.
Fora toda essa discussão que o filme traz, não podemos deixar de enfatizar os bons aspectos que o filme demonstra, como a atuação impecavel do Wagner Moura, a belissima direção de José Padilha, assim como um roteiro (meu Deus) fantastico. O primeiro, está na sua melhor fase da carreira, atingindo o supra-sumo da perfeição; em nennhum momento ele deixa a peteca cair, esta sempre firme, e estabeleceu um icone que o cinema brasileiro ainda não tinha, pois, fica claro que na personalidade do Cap. nascimento está o ser que o brasileiro precisa carregar consigo, para enfrentar todos os seus problemas.
A direção de Jose Padilha surpreende pela sua ousadia. A obra não se trata de um mero filme de ação, ele comporta consigo, a essencia da adrenalina, o furor de energia; a camera nervosa nas cenas de ação é de deixar qualquer um maluco, com o coração a mil. os plamos são enfáticos em mostrar as expressões, deixar-nos a par do que se passa, sem que se necessite de uma unica palavra para entedermos as tensões da obra. Alem disso, que compete para todo o sucesso desta pelicula extraordinaria, é o seu roteiro fabuloso, que cria situações inteligentes, alem de possuir os melhores dialogos do genero, não nos permitindo ousar afirmar que se tarta de algo mecânico. este roteiro traz frases marcantes, que nós memorizaremos por um bom tempo.
No fim das contas, um filme que vem cheio de intencionalidades, querendo deixar uma ideologia de que a propria sociedade condiciona os seus proprios sofrimentos, com todas as suas corrupções, em todos os sentidos, nos mostra a construção de um heroi, o BOPE, que tem guerreiros que acreditam no Brasil. mais que analisar os pontos basicos do filme como atores, cenas, e etc, deve-se olhar para esses aspectos de tropa de Elite, pois, ele traz algo muito mais alem do que mero genero policial, que nos diverte e faz ficar de boca aberta. todavia, ele nos deixa realmente nos deixa de boca aberta, atraves do que ele passa pelo não-dito... por isso que digo: o Cinema Brasileiro aprendeu a fazer filme de verdade, depois de Cidade de Deus, as coisas realmente ficaram melhores...
3 comentários:
Realmente...quem não viu este filme!?
Mas a pirataria foi a melhor forma de divulgação do filme...olha só a bilheteria que alcançou mesmo assim!
O filme tem tudo q vc disse e que uma porrada de gente tb disse...é um ano a mais na identidade do cinema brasileiro!
Não acho que o Padilha "criou bonita" a imagem do BOPE, acho que ele mostrou um bando de "policial" puto da vida, humanos, ignorantes...despolitizados e politizados, tudo junto! Isso foi bacana...
Abraço! (Mr. Mestre Pedro Almodóvar)
José Padilha já mostrou que sabia discutir violência e criminalidade, sem ser maniqueísta ou simplista no maravilhoso Ônibus 174. Agora ele lança um petardo sobre o mesmo assunto, só que dessa vez atravéz do olhar de dentro da policia. A discussão é riquíssima. Não só a corrupção é vista como o entrave da situação como também a mentalidade tacanha da classe média que sabe reclamar seus direitos, mas não olha para o próprio umbigo e percebe que também contribui para aquela situação. E a denominação de héroi para o Cap. Nascimento é basnate interessante, pois acaba fazendo da 'justiça' somente mais um motor da engrenagem (desculpe o clichê, mas violência não gera violêcia?). E realmente, Wagner moura está excelente assim como toda a parte técnica do filme. Realmente, o melhor filme brasileiro do ano.
Fiz alguns apontamentos sobre o filme lá no blog. Dá uma olhada se der.
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