
O filme que conta à história de Craig Schwartz (John Cusack) um títere ou manipulador de marionetes, fracassado na vida e insatisfeito no lar, pois sua esposa Lotte (Cameron Diaz) funcionária de uma loja de animais, dedica maior tempo ao trabalho e tem mais carinho e atenção aos bichos do que ao próprio esposo.
Desempregado, Schwartz se candidata ao emprego de arquivista em uma empresa que fica no andar sete e meio de um prédio. Lá, o títere se apaixona pela executiva Maxine
(Catherine Keener) que, por sua vez, não tem nenhum interesse por ele.
(Catherine Keener) que, por sua vez, não tem nenhum interesse por ele.
Um dia, por azar ou sorte, ao arrumar os arquivos, Schwartz encontra um túnel que o leva até a mente de Jonh Malkovich (ator americano que “interpreta” a si mesmo no
filme) podendo passar quinze minutos sendo o ator. Após o tempo estipulado, Schwartz é
expulso da mente de Malkovich.
filme) podendo passar quinze minutos sendo o ator. Após o tempo estipulado, Schwartz é
expulso da mente de Malkovich.
No início do filme, vemos Schwartz manipulando uma marionete, ou o seu alter ego, que tenta se rebelar do seu controle. O boneco olha para cima e, quando descobre que não passa de uma marionete, se revolta, e começa a quebrar o quarto em miniatura em que vive, ficando evidente que o boneco é muito mais do que uma marionete. É um ser vivo que ganha vontade própria quando nas mãos “mágicas” de Schwartz. Ao quebrar os objetos do seu quarto, ele acaba quebrando algo bastante representativo, o espelho, que serve para mostrar aquilo que somos, aquilo que não somos e aquele que gostaríamos de ser.
A relação marionete, espelho e Schwartz aparentam uma busca de identidade. Schwartz não se reconhece sem a ajuda da marionete, nesse ponto o Outro é que nos define. A marionete, o Outro, ao quebrar o espelho, sente-se em estado de graça, êxtase e delírio. Dança, na expressão do corpo, toda a sensação de libertar-se da auto-imagem como marionete. Contudo, após a dança, a marionete senta-se e chora. A marionete rompe com uma imagem que a define - nesse caso o espelho, mas não o títere, Schwartz, a outra “marionete”.
O títere, cria um dialogo onde uma marionete de Maxine e uma marionete de Swartz que reforça a questão da busca por uma identidade: “Maxine: Craig, porque você gosta tanto de marionetes?
Craing: Maxine, não tenho certeza, talvez seja a idéia de ser outra pessoa por um instante.
Estar em outra pele, pensar e mover-se diferentemente, sentir de outra maneira”.
Estar em outra pele, pensar e mover-se diferentemente, sentir de outra maneira”.
As marionetes pensam e sentem por Schwartz e o define como é. A identidade nesse caso passa a ser sua consciência negada. Ele é quando não pensa, pois se pensa, sente e sofre. A razão de Schwartz existir consiste nas sensações que o possibilita a pensar e sentir como afirma em um diálogo com um chimpanzé que sua esposa Lotte cria: “Como é triste ser alguém. Você não sabe a sorte que tem de ser um macaco, pois consciência é uma maldição terrível. Eu penso, eu sinto, eu sofro”.
Schwartz nega o que é. Ele é nada. Um “pobre coração só e isolado”. À medida que não é nada, há algo que da a ação em ser algo. Não se encontra ligado a nada, mas a sua representação está na marionete. Ela está ligada nele e essa ligação lhe da sentido, lhe traz a sensação de existir, pois através dela, ele pode ser quem ele quiser. Sendo nada, o que ele tem a perder? Tendo nada a perder, é o que realmente o faz querer sentir. Sendo nada, ele pode mudar, modificar, ir além do que o define e o aprisiona na definição que faz de si: a falta de sentir. Schwartz consegue a sensação de poder existir com seu alter-ego, ou seja, com o Outro, que é a marionete.
Um vínculo é construído e nesse vínculo, ele constrói seu sentido, inventa artificialmente sua vida e tem a sensação de identidade. Agora, ele vive, rir, chora, se emociona, sente a vida pelo (e no) outro. Torna-se mais atraente sendo outro, encontra sentido ao tornar-se outro.
O filme é demasiadamente complexo e espero que eu não tenha deixado você zonzo com esse texto.
Um comentário:
Tem um ar de filme cult bem grande pelo que percebi no texto....e isto é um bom sinal pra mim!
Adoro filmes no estilo quebra-cabeça inteligente....me fascina!
Vlw pela indicação!
Abraço
http://eco-social.blogspot.com/
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