POR FLÁVIO ANDRÉ

Som e imagem. Imagem e som. Confusão de associações. Casamento perfeito. Que mania de mistura. Ouço uma música (quero dizer instrumental, para os leigos, pois para mim, isso é pleonasmo) e viajo na sua “história”. Vejo imagens e me emociono com a sua “música”. Será que sou louco? Paranóia? Assistir um filme mudo é um saco, a não ser para amantes do cinema, preocupados com a preciosidade do “velho”. Como diria Filipe Sales, o cinema nunca foi “totalmente” mudo. A imagem por si só possui algo que nos fala, assim como a música a faz sem mencionar uma única palavra.

Anteriormente a década de 30 do século passado, era comum ter um pianista tocando suas próprias peças à medida que “sentia” o filme ou orquestras que tocavam numa sala ao lado da exibição, com repertório próprio do filme. Essa inquietação de trazer o sentido entre os dois elos (imagem e som) foi bem problematizada por Charlie Chaplin, sendo o primeiro a elaborar as próprias partituras para os seus filmes.
Há 80 anos atrás surge uma estratégia para a sétima arte que acompanhava a narrativa dando mais emoção e brilho. Estou falando do sistema precário de sonorização, com direito a vários chiados, chamado vitaphone, um projetor acoplado a uma vitrola, responsável pela sincronização do som à imagem que, aliás, nem sempre fazia este serviço. Uma revolução exaltada na obra de Al Jolson, The Jazz Singer (1927). Pouco tempo depois aperfeiçoaram a máquina onde o som era impresso na própria película, chamado movietone.
Duras críticas foram feitas por Eisestein que achava o som um fator redundante, por apenas reforçar a idéia da própria imagem. Tentarei continuar mais tarde desenrolar o fio dessa meada, mas já dá pra notar que som e imagem ou imagem e som (a ordem dos fatores não altera o produto) é como futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola, como cantaria Adriana Calcanhoto.
FLÁVIO ANDRÉ
Um comentário:
apesar de gostar da peculiaridade do cinema "mudo"...
gostei da sua abordagem kaka ^^
e to ansiosa pela continuaçao
;D
;****
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