Um conflito que envolveu o mundo inteiro e matou 45 milhões de pessoas, a Segunda Guerra Mundial entre 1939 e 1945, ficará para sempre na memória da humanidade como um triste marco do século XX. Essa guerra foi mostrada por diversos meios: fotografia, música, literatura, quadros e pelo cinema. Neste último, sempre há novas obras tentando sempre buscar uma reflexão sobre esse assunto.
O filme O Pianista (The Pianist) foi lançado em 2002 e é uma produção do cineasta Roman Polanski. A história é baseada na autobiografia de Wladyslaw Szpilman (1911-2000), um dos 400 mil judeus que viviam em Varsóvia e que foram sumariamente massacrados quando a Alemanha invadiu a Polônia, em 1939. Szpilman, aclamado instrumentista da Rádio Nacional, assistiu ao confinamento de sua família e dos seus pares poloneses no chamado "Gueto" da cidade, sofreu diante das normas racistas impostas pelo exército nazista, escapou do conseqüente extermínio e sobreviveu como um moribundo nos escombros da cidade até o final da II Guerra Mundial, em 1945.
Polanski nasceu em Paris, mas, descendente de poloneses, mudou-se com os pais para Varsóvia aos dois anos de idade, em 1935. Ali, no meio da guerra, assistiu à morte da mãe e da irmã e, com certeza ficou com as imagens do extremismo marcadas na memória.
É interessante mencionar que muitas das passagens vistas no filme, de certa forma, fizeram parte da vida de Polanski. A cena em que o pai de Szpilman recebe a ordem de um oficial nazista para andar na sarjeta, ao invés da calçada, e acaba surrado, aconteceu com o pai do diretor, segundo foi noticiado na época em sites e revistas.
Já a vida singular de Szpilman serve como um diferencial poético. Sem tino para a luta armada, o personagem figura ora como observador dos acontecimentos, ora como um fantasma que resvala de esconderijo em esconderijo. Do contraste entre o seu delicado talento artístico e a brutalidade da guerra, surgem as passagem mais emocionantes. Dentre elas, para mim, a mais bela e emblemática é aquela em que Szpilman, mantido isolado em um apartamento deserto, apenas simula tocar um piano, uma vez que qualquer barulho acabará com a sua "camuflagem".
Passivo ao extremo, o pianista não é um herói na acepção habitual da palavra, já que sua postura frente às dificuldades jamais é a de alguém disposto a lutar por seus ideais ou mesmo por sua vida: durante toda a duração do filme, Szpilman é conduzido de um lado a outro de Varsóvia por amigos e aliados, mas jamais questiona os planos que lhe são apresentados. Aliás, a impressão é a de que o sujeito se mantém vivo mais por inércia do que por persistência: ao ficar preso por duas semanas em um apartamento sem comida, por exemplo, ele sequer tenta encontrar uma saída para o problema, limitando-se a deitar em um sofá e agonizar até que alguém venha ajudá-lo.
Sem se preocupar em criar momentos melodramáticos para arrancar lágrimas do espectador, O Pianista é um filme triste sem que, para isso, precise ser emocionante. A tristeza provocada por esta história não vem de momentos artificialmente criados através da utilização da trilha sonora ou de discursos cuidadosamente escritos, mas sim da constatação assustadora de que os seres humanos são capazes de realizar atrocidades inimagináveis – e o fato do protagonista desta produção ser um pianista somente contribui para salientar este fato, já que estabelece um forte contraste entre a beleza criativa das Artes e a monstruosidade insana da Guerra.
Passivo ao extremo, o pianista não é um herói na acepção habitual da palavra, já que sua postura frente às dificuldades jamais é a de alguém disposto a lutar por seus ideais ou mesmo por sua vida: durante toda a duração do filme, Szpilman é conduzido de um lado a outro de Varsóvia por amigos e aliados, mas jamais questiona os planos que lhe são apresentados. Aliás, a impressão é a de que o sujeito se mantém vivo mais por inércia do que por persistência: ao ficar preso por duas semanas em um apartamento sem comida, por exemplo, ele sequer tenta encontrar uma saída para o problema, limitando-se a deitar em um sofá e agonizar até que alguém venha ajudá-lo.
Sem se preocupar em criar momentos melodramáticos para arrancar lágrimas do espectador, O Pianista é um filme triste sem que, para isso, precise ser emocionante. A tristeza provocada por esta história não vem de momentos artificialmente criados através da utilização da trilha sonora ou de discursos cuidadosamente escritos, mas sim da constatação assustadora de que os seres humanos são capazes de realizar atrocidades inimagináveis – e o fato do protagonista desta produção ser um pianista somente contribui para salientar este fato, já que estabelece um forte contraste entre a beleza criativa das Artes e a monstruosidade insana da Guerra.
Um comentário:
Mob escrevendo de novo sobre cinema e eu pastando... q distraida fui!
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