sábado, 10 de março de 2007

PEQUENA MISS SUNSHINE

Por: Flávio André

Uma família. Um sonho. Uma kombi. Vários problemas. Neste âmbito insere-se essa comédia-musical que recebeu 4 indicações ao Oscar 2007,mas só levou 2 estatuetas de melhor ator coadjuvante (Alan Arkin) e melhor roteiro original. Este filme, apesar de todos os problemas financeiros, sendo necessários 5 anos para a sua realização, tem conquistado os telespectadores pelo brilhantismo da pequenina Oliver (Abigail Breslin) que tem um sonho de ser a Miss Sunshine e ter a oportunidade de mostrar ao seu pai que ela é verdadeiramente uma vencedora.
O problema é que ela não está nos padrões de beleza para ganhar o concurso, exibindo com classe um estereotipo nada atraente, com seus óculos “fundos de garrafa” e “barriguinha” resultado de uma garota que adora sorvete. Mas nesta falta de sorte, ela não se encontra sozinha. Convive com pessoas sinistras e complicadas no seu dia-a-dia. Seu pai, nada contraditório, é um frustrado na vida que vive dizendo a todos que é um vencedor. Seu avô é um dependente químico expulso da casa de repouso. Seu tio um homossexual revoltado que tentou suicidar-se por ver seu “namorado” o trocando por outro. Seu irmão é um amante de Nietzche que fez um voto de silêncio por 9 meses para passar no concurso e ser um piloto da Força Aérea. Mas descobre por ironia do destino que é daltônico. Sua mãe, pobre coitada, vive perturbada tentando driblar seu possível divórcio e organizar uma família um pouco fora dos padrões normais.
Até aqui, tudo bem. Agora imagine todo este pessoal esquisito preso numa Kombi que, só “pega” na terceira marcha, viajando em busca do sonho desta pequenina. Já dá para adivinhar no que vai desenrolar por aí! Apesar de ficar indignado com a eleição política do Oscar para Alan Arkin como melhor ator coadjuvante, merecendo Djimon Hounson em “Diamante de Sangue”, o filme mexe bem a questão moral dos americanos levantando pequenas críticas a certos conceitos éticos-sociais que eles tanto declaram que tem, como: família estruturada, sucesso profissional e beleza.
Pequena Miss Sunshine é um grande filme para quem quer se divertir e reunir toda a família em casa no sábado à tarde. Só espero que eles, também, não sejam tão estranhos assim. Tenho certeza que não.

Um comentário:

Anônimo disse...

Com certeza um dos filmes mais fofos do cinema recente e também cheio de msgs implicitas e várias críticas a família americana,mas críticas que se encaixam,acredito eu,em todas famílias ocidentais...