Por Gustavo MadrugaHá muito tempo um filme não me deixava tão angustiado. Aliás, a angústia é a regente principal deste ótimo filme, a solidão humana é exposta de maneira muito peculiar tendo como cenário um subúrbio imundo de Paris. SEUL CONTRE TOUS (Sozinho contra todos) é a continuação do média metragem CARNE do diretor GASPAR NOÉ - no longa a história é rememorada, quem não viu o média não ficará voando - que faz uma mistura de INCESTO, ABORTO, SEXO, VIOLÊNCIA, SOLIDÃO e outros elementos tão semelhantes e tão díspares que seria impossível listá-los.
Quem conhece o diretor através do filme Irreversível pode esperar semelhanças, mas estas só aparecem na parte estética com uma fotografia onde predominam os tons amarelados; e na jornada dos personagens principais: em Irreversível a busca pela vingança, em SEUL CONTRE TOUS a busca pela sobrevivência num mundo podre, onde todos estão sozinhos contra todos(!).
O filme conta a história do Açougueiro (Philippe Nahon) que cria sozinho uma filha com problemas mentais. Ele vive tendo tentações a respeito do corpo em formação da garota, deixando um clima de coflito interno toda vez que pai e filha interagem. Ao pensar injustamente que a filha foi violentada por um trabalhador da construção civil, o Açougueiro retalha o rosto do inocente e vai parar na cadeia. Para conseguir a liberdade acaba perdendo tudo, inclusive a filha.
Vale muito conferir esta obra prima do polêmico diretor Gaspar Noé, que faz questão ao longo de sua filmografia expor os limites sentimentais humanos.
FRASES MARCANTES:
"viver é um ato egoísta"
"Sobreviver é uma questão de genética"
"Nós nascemos sozinhos vivemos sozinhos e moremos sozinhos(...)Até quando fodemos estamos sozinhos".
CURIOSIDADE:
personagem do açougueiro aparece logo no início do filme Irreversível num fétido quarto de hotel vagabundo dizendo que "O tempo destrói tudo".
11 comentários:
Que obra, hein! Fiquei curioso para conferi-la!
Adorei Irreversível, e pelo que senti esse filme tem alguns elementos desta obra.
Abs!
Grande Ramon, se você gosta de cinema forte e instigante, não pode perder este filme!
Se gostou de Irreversível corra e tente assistir "sozinho contra todos", pois na minha opinião este é o melhor filme de Gaspar Noé
Waaaw. Nunca tinha ouvido falar de tal filme, me deu uma súbita curiosidade de ver, já que esses filmes que muitos consideram 'sórdidos e marginais' são os que tem o enredo mais interessante, um aprofundamento de personagens mais marcante. Irei procurar. Ainda hoje, rs.
Ah, primeira vez que comento aqui. Espero não estar incomodando de alguma forma. Se permitir, voltarei, hehe. Um grande abraço.
Do Gaspar eu só conheço Irreversível, que gosto muito e tenho em dvd. Sozinho Contra Todos é o filme dele que eu mais quero ver.
Abraço!!!
Parece barra-pesada. Pretendo conferir. A Lume vai lançá-lo em DVD este ano.
O Noé tem essa capacidade, como poucos diretores possuem, ele consegue misturar bem esses sentimentos das personagens e fazê-los serem sentidos em nós, espectadores.
Gostei da crítica.
Eu tenho uma certa dificuldade com Irreversível, me fez realmente mal. E não em termos reflexivos, mas físicos mesmo. Acho que é porque fui vê-lo sem saber o que esperar.
O melhor é o WARNING do poster! ahahahaha!
Abs!
Essa frase de novo "O Tempo corroi tudo".
Noé gostou dela hein.
"Irreversivel" é mt bom. Esse deve ser dos bons tb.
Depois de ter visto "Irreversível" fiquei bem interessado nas obras do diretor, mas o filme com o Vicent Cassel foi o único que encontrei nas locadoras. Espero que este "Sozinho Contra Todos", quando eu assistir, seja tão impactante como "Irreversível".
Excelente semana.
Assisti "Sozinho contra todos" agora. Não sabia que era o mesmo diretor do "Irreversível". Fui procurar no google justamente porque me lembrei muito do "Irreversível", mais esteticamente como foi dito, mas também pela abordagem forte sobre temas humanos.
"Sozinho contra todos" me deixou irriquieta, mas por estar recente ainda em mim, não tenho uma opinião formada. Posso apenas dizer que como o outro, esse é um filme que apela muito para o sensorial. E isso já me faz gostar.
Abs.
Após assistir "Irreversível", achei que seria difícil outro filme fazer sentir essa mistura de aflição e angústia no final. Em "Seul contre tous", além disso tudo, tive uma certa paralisia reflexiva no final. Poucos diretores são tão brilhantes a ponto de remeter o espectador a um outro plano mental.
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