Recentemente estava vendo o clipe Declare Independence da Björk (clipe muito bom por sinal, com direção do ótimo Michel Gondry) e lembrei de A GAROTA DA FÁBRICA DE FÓSFOROS(The Match Factory Girl) de Aki Kaurismäki, não sei exatamente o que me fez fazer a conexão, mas há algo em comum entre os dois trabalhos. Possivelmente foi o que fica explicito nos clipe e no filme: como nos deixamos escravizar pelo sistema que, muitas vezes é injusto e nos faz cometer determinadas ações não muito agradáveis.

A Garota da fábrica de fósforos tem uma história simples, uma operária que vive com família e passa o tempo fora da fábrica, cozinhando para os seus pais, lendo romances e tentando encontrar um namorado. Até ai tudo bem se o filme não fosse de Kaurismäki que, mesmo sendo um dos primeiros trabalhos, mostra o quanto encenamos a felicidade numa sociedade que vive, quase sempre, num simulacro. E aos poucos ele vai mostrando, nos quase silenciosos personagens do filme a pobreza da vida. Mas o filme não chega a ser amargo, como alguns do Lars vön Trier (vide Dogville ou Manderlay, por exemplo).
Ao contrário dos personagens do clipe da Björk, algo faz Íris (Kati Outinen) a tal garota da fábrica de fósforos, silenciosamente, se rebelar. Ela, ao contrário do que se pensa, não é uma máquina. Prestem atenção as primeiras cenas do filme, onde são mostradas as máquinas que produzem os fósforos e a dimensão da sala onde fica a personagem, sozinha e deslocada. Uma ótima metáfora!
2 comentários:
Interessante...o clip da Bjork tem no Youtube?
Oi Felipe, estou linkando o endereço do youtube no nome do clipe..desculpa pela falha!
Mob Cranb
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