sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O ano em que meus pais saíram de férias

Por: Mob Cranb

O filme mostra a história de um garoto deixado, às pressas, pelos pais que fugiam da ditadura militar dos anos 70. apesar do filme abordar uma fase tão negra da nossa história, o diretor Cao Hambúrguer torna a história terna, sensível e inteligente, pois faz com que tal episódio seja mostrado pelo olhar de uma criança.


A película surpreende pela direção segura, pela fotografia e pela atuação dos atores mirins: Mauro (Michel Joelsas) e Hanna (Daniela Piepszyk) que, muitas vezes, estão bem melhores que os atores mais carimbados. Com exceção, é claro, do saudoso Paulo Autran (Mótel) que, mesmo com uma pequena participação e sem nenhuma fala, ele simplesmente mostra o que é atuar. O filme conta ainda com a participação de Caio Blat (Ítalo), Simone Spoladore (Bia) e Eduardo Moreira (Daniel).

Mas voltando ao filme de nome extenso, “O ano em que meus pais saíram de férias” conta, com sensibilidade e graça, a história de um menino que teve que se adaptar as circunstâncias políticas sem que nem menos soubesse o que estava acontecendo ao seu redor.
A utilização do futebol e da Copa do Mundo ocorrida no México como pano de fundo da história nos permite perceber que o esporte foi usado politicamente pelos governos militares, em especial, para desviar a atenção dos graves problemas nacionais, neste caso: a censura, a tortura pela qual muitas pessoas passaram, o desaparecimento de outros, etc.

Pensando nisso é que temos que refletir sobre as repercussões políticas sofridas a mandando da ditadura para a vida das pessoas e, em especial, das crianças. Qual foi o preço pago? É possível avaliar os prejuízos?

“O ano em que meus pais saíram de férias” foi o filme selecionado pelo Brasil para receber a possível indicação ao Oscar 2008. Tal escolha causou um certo barulho, pois muitos queriam que o indicado fosse “Tropa de Elite”. Todavia, a comissão brasileira acabou sendo esperta, indicando um filme que tem uma criança como personagem principal a ponto de tocar o coração dos que escolhem os filmes estrangeiros. Sinceramente não acho um dos melhores filmes e, muitas vezes, acho um filme bom, mas frio. Mas, vamos esperar o resultado.

Um comentário:

Andressa Cangussú disse...

Mudanças no Cine ôba!!!
Que boa noticias!
Mudanças são sempre bem vindas!

Quanto ao "O ano em que meus pais"...é sim um bom filme, com um enfoque diferente de ditadura, bem atuado, me agrada de verdade. No entanto, concordo com você quanto à escolha para possivel indicação ao Oscar: é baseado em todo o lance da criança (o que remete imediatamente ao "A vida é bela")e por esse mesmo motivo é parcial demais e não considerou de verdade a qualidade dos outros filmes indicados...fiquei insatisfeita com a escolha.

Abraços!